quinta-feira, 3 de março de 2011

Biscoitos Amanteigados (Ou a crônica da nossa soberba diária)

Biscoitos Amanteigados (ou a crônica da nossa soberba diária)




Depois de três anos rodopiando entre projetos, substituições e designações na Comarca da Capital, Dr. Vitor finalmente conseguiu classificar-se como titular numa Vara da Infância e Juventude. Assim que conferiu no saite do Tribunal que era o mais antigo habilitado à vaga, lembrou do começo difícil na magistratura. Ele, um rapaz no verdor de seus vinte e cinco anos, cheio de sonhos e entusiasmo, começara a carreira em uma pequena comarca do centro do Estado. Guri criado em Porto Alegre, tendo morado sempre em apartamento, logo acostumou-se com as coisas do interior. Não faltavam, depois do expediente, partidas de futebol coroadas com churrascos, nas quais convivia com o promotor, servidores do foro e um ou outro membro da comunidade, selecionado criteriosamente para participar daqueles eventos sociais reservados.



Dr. Vitor escolhera a dedo a matéria em que passaria a dedicar seus estudos, tempo e suor. Sempre gostou de crianças e, além disso, pensava que havia muitos desafios a enfrentar na Vara da Infância, assim como projetos a realizar, o que naturalmente o colocaria em uma posição de destaque na carreira.



Logo na chegada ao foro regional, foi saudado, ainda no estacionamento, pelo guarda da empresa de segurança e por Seu Fagundes, sargento da reserva da Brigada. Solene, postou-se à frente do magistrado recém chegado, e, depois de abrir a porta do automóvel, bateu continência. Dr. Vitor deu um sorriso, acenou com a cabeça como que dando permissão para descanso do militar, o que este aprovou com orgulho: - À sua disposição, Excelência! Sargento Fagundes pedindo permissão para retirar-se. Desconcertado, Dr. Vitor fez que sim maneando novamente a cabeça e partiu em passos apressados na direção da porta dos fundos do prédio, ansioso por logo começar a despachar os processos de adoção. Percebeu que no vestíbulo confabulavam alguns antigos advogados com dois ou três guardas da segurança. Ao notarem que o recém chegado juiz aguardava o elevador reservado, cumprimentaram-no simpaticamente, acenando com as mãos. Sem saber de quem se tratava, Dr. Vitor sorriu entredentes, mirando o chão e, aliviado, comemorou a chegada do elevador, no qual ingressou num salto.



Chegando ao terceiro andar, Dr. Vitor passou apressado, olhos fixos à frente, na direção da porta do gabinete. Aprovou o fato de que sua sala ficava muito próxima ao elevador. Quase nem percebeu que, à sua esquerda, vários servidores trabalhavam no cartório, que se divisava do saguão apenas por uma porta de vidro. Deu duas cutucadas na porta do gabinete, aguardando que abrissem. Repetiu o gesto e, como ninguém lhe atendesse, girou a maçaneta da porta. Estava trancada. Deu-se conta, então, de que passava alguns minutos da uma da tarde; decerto os servidores ainda não haviam retornado do almoço. Resolveu aguardar ali mesmo até que chegasse alguém, mas quando soltava a alça da pasta de trabalho, a porta à sua frente se abriu: - Boa tarde! Dr. Vitor? Achou a figura um pouco repugnante, cabelos tingidos num tom violeta, sobrancelha feita à lápis, a voz pigarreada de uma fumante inveterada. Obrigou-se a responder:



- Sim, e a senhora é...?

- Prazer, meu nome é Solange, oficial ajudante, a seu dispor. Nosso Escrivão, Seu Miltinho, encontra-se afastado em licença-saúde. Entre, Dr., venha conhecer seu gabinete.



Dr. Vitor entrou a passos largos, satisfeito por estar logo naquele que seria seu recinto mais íntimo pelos próximos dez ou doze anos, até que fosse promovido ao Tribunal. Foi logo ver se havia uma boa estante para os livros, banheiro privativo, ar-condicionado. Gostou de tudo. Suspirou, tirou o casaco e colocou-o logo no espaldar da cadeira, cuja altura mediu, num gesto nervoso de quem está disposto a começar a trabalhar sem demora. Notou que o chão, o sofá e a estante encontravam-se abarrotados de processos.



- O Sr. viu, dr., o que temos de processos? Estamos há oito meses sem juiz titular, e o sr. sabe, juiz substituto não consegue deixar em dia. Mas tenho certeza que o sr. logo vai fazê-lo. Estávamos muito ansiosos que assumisse alguém comprometido com as questões da infância e da juventude. O sr. deve gostar da matéria, não? Sei que há juízes que a odeiam...

- Gosto, sim. Gosto muito. Acho que vou conseguir fazer um bom trabalho, aqui. Acho, não. Tenho certeza disso.

- Que ótimo! Sabia que eu conheço uma colega que trabalhou com o senhor, no interior? Nos cinco anos em que o Sr. ficou em São Sepé, ela foi oficial escrevente. Loiva, o nome dela. Uma figura, sempre contando piada, até para os advogados. Nas festas do pessoal do fórum, sempre aprontava alguma! Lembra dela?



Dr. Vitor lembrou que não frequentava as festas da família forense, apenas os churrascos depois dos jogos de futebol. Fingiu fazer um esforço de memória, porque realmente não lembrava da funcionária:



- Estranho, não recordo dela....

- Ah, dr., então o sr. não a conheceu, porque aquela criatura é difícil de esquecer...! Bom, agora eu quero convidar o sr. para conhecer o cartório, alguns servidores já estão aí... A propósito, queremos fazer um lanchezinho especial em homenagem a sua chegada. O sr. gosta de torta doce ou salgada?

- Na verdade... Como é mesmo o seu nome?

- Solange, dr.

“Tem cara de Solange, mesmo – pensou”. - Na verdade, é evidente que há muito trabalho a ser feito, acho que o momento não é para festa. No final do expediente, dou uma passada lá para conhecer o pessoal, ok?

- O sr. é quem manda! Precisa de alguma ajuda? Esses processos que estão no gabinete já estão todos conclusos para o senhor.

- Não, podes deixar que me viro sozinho, obrigado.



Nem naquela tarde e nem nas centenas que se seguiram Dr. Vitor entrou no Cartório para conhecer o pessoal. Apenas uma vez chegou na porta, onde ficou, na ponta dos pés, procurando com os olhos o estagiário que o acompanhava nas audiências. Encontrou o rapaz. Estava engalfinhado com um pedaço de pastel. Abandonou o lanche e saiu correndo, limpando com as mãos as migalhas em torno dos lábios, diante do olhar de desaprovação do chefe.





Depois de meio ano, Dr. Vitor percebeu que os processos conclusos aportavam ao gabinete antes de ele chegar, num carrinho de metal. No alto da pilha, sempre havia um bilhetinho grampeado aos autos, sempre com o mesmo texto, em letra de professora: “Dr., tenha um excelente dia de trabalho.” Achou o gesto gentil, mas só teve curiosidade de perguntar a respeito após um ano e meio. O pessoal do gabinete informou que era “coisa do pessoal do cartório.” Satisfeito com a resposta, Dr. Vitor retomou a rotina dos despachos e audiências.



Dr. Vitor achava que tinha de dar o exemplo aos funcionários. Trabalhava o dia e a noite – o que fazia questão de lembrar sempre que podia ao pessoal do gabinete - , por isso entendia justo que chegasse às nove horas, enquanto que às oito e meia os servidores já estavam cumprindo os movimentos do cartório. Além disso, não almoçava, satisfazendo-se com um sanduíche frugal. Gostava mesmo era de jantar, hábito que adquirira no interior e que acabou por lhe render vários quilos a mais.



Quase todos os dias, por volta das dezesseis horas, alguém do gabinete lhe convidava, pessoalmente ou no MSN, para lanchar: “Dr., o pessoal do cartório está lhe convidando para comer um salgadinho.” Dr. Vitor sempre respondia que “não, obrigado”. Lá pelas quatro e meia, alguém colocava na mesa do juiz o lanche que ele não tomara com os servidores, ao lado de uma xícara de um café fresquinho.



Dr. Vitor tomava o café, mas sempre deixava o lanche ali mesmo, na mesa. No outro dia, quando chegava, lá estavam os processos conclusos, com o bilhete: “Dr., tenha um excelente dia de trabalho”. Mas nunca encontrava o lanche.





Com o tempo, Dr. Vitor se convenceu que o problema na demora dos processos da Vara se devia ao tempo em que os servidores perdiam com o lanche da tarde. Aliás, achava que aquela pausa no meio do expediente, em que os funcionários se refugiavam dos olhares pouco complacentes dos advogados atrás de um biombo era algo até mesmo imoral, constrangedor. Mandou chamar sua Assessora, Renata, para que desse um recado ao pessoal do cartório, que servia, também, para o pessoal do gabinete:



- A partir de hoje, o pessoal do cartório vai ter que escolher: ou termina com o seu lanche das quatro ou, se quiser continuar, vai ter que chegar meia-hora mais cedo ou sair meia-hora mais tarde, que é o tempo que se perde!



Dr. Vitor ficou a tarde inteira sem conseguir despachar ou sentenciar, tão furioso que estava com aquela questão do lanche, ansioso pela resposta. Às seis e meia da tarde, Renata, como fazia todos os dias, perguntou se o chefe ainda precisava dela. Recebia sempre um “não, podes ir”, em que Dr. Vitor não tirava os olhos do computador, sem se virar, como se reprovasse a atitude da funcionária. Ele, chefe, ficaria até por volta das oito da noite, enquanto que ela, detentora de cargo em comissão, saía às seis e meia em ponto. “É um absurdo!” - revoltava-se. Ela o sabia. Mas engolia em seco aquela antipatia do superior, porque, afinal, não abria mão dos cursos noturnos, já que sonhava em ser aprovada no concurso para promotora de justiça.



- Ah, Dr., esqueci de lhe dizer: o pessoal já se decidiu.

- Do que estás falando? - Dr. Vitor querendo demonstrar que o assunto era algo menor, tanto que fingia nem se lembrar dele.

- Da questão do lanche. O pessoal acha que é um hábito tão antigo aqui do Cartório... Parar para lanchar, conversar um pouco... Se o sr. não se importa, e como o sr. deu a opção, eles preferem chegar mais cedo.

- “Inacreditável”, Dr. Vitor murmurou. “É muita cara-de-pau!”



Renata percebeu a inconformidade do chefe e disse que, bom, se ele não precisava mais dela, então agora iria embora, porque o curso era às sete, no LFG.



Mal a porta do gabinete se fechou, nosso magistrado, irado, redigiu ele próprio um ofício-circular, nos seguintes termos: “Doravante, nesta Vara de Infância e Juventude da Capital, os servidores do cartório judicial e do gabinete que quiserem fazer pausa para lanche, à tarde, deverão compensar o respectivo tempo de parada, antes ou depois do expediente.” Mandou remeter cópia à Corregedoria e à Supervisão do Foro.



Levou ele mesmo o documento à mesa da oficial ajudante. Irrompeu no recinto do cartório e deu-se conta de que jamais tinha entrado ali. Descobriu a mesa da chefia por meio de uma fotografia na qual os cabelos dela, agora num tom violeta, já tinham sido negros.



Observou o local por menos de dez segundos e, no trajeto de volta ao gabinete, percebeu que, na menor mesa, a mais afastada, havia um bloquinho com os bilhetinhos que recebia todos os dias, em branco. Tomou na mão um porta-retratos e ficou perplexo ao mirar a figura ali retratada. Uma senhora de seus sessenta e poucos anos, cabelos brancos, sorriso jovial. Lembrava muito sua avó, Dona Celina, pessoa que mais o havia incentivado a estudar para o concurso. Recolocou o retrato no local, voltou ao gabinete e, exausto emocionalmente por causa da “questão do lanche”, resolveu ir embora um pouco mais cedo que o habitual.



Naquele dia, tão transtornado que estava, Dr. Vitor esquecera até mesmo do velho sanduíche de salame, queijo e pepino. Antes de sair, faminto, levantou curioso o guardanapo colocado sobre o lanche do dia e deparou-se com alguns biscoitos amanteigados, de um aroma irresistível. Levou um a boca e tomou-se de satisfação ao ver que a iguaria derreteu-se em seus lábios. Comeu mais um, mais um, e outro... Não ficou nenhum. “Igual ao da vó Celina...!” - deliciou-se.



Dr. Vitor naquele dia resolveu chegar mais cedo ao trabalho, antes mesmo que os servidores, porque, à noitinha pretendia assistir, no estádio, o jogo de seu time do coração pela Taça Libertadores da América. Percebeu então que, quanto mais cedo fosse, mais tranqueira no trânsito havia. Tentou tomar atalhos, espantou-se que às 7h45min já havia pessoas estressadas buzinando nas ruas da Capital, pedestres atravessando fora da faixa de segurança, motoboys ziguezagueando entre os carros. De repente entendeu por que o trânsito estava mais torturante que o normal: um atropelamento. Curiosos, ambulância do SAMU, azuizinhos falando aos rádios, uma poça de sangue e uma bolsa jazendo ao lado do corpo já sem vida, coberto por uma lona preta. “Que descanse em paz.” - orou, pensando quem seria aquela pessoa, de onde vinha, para onde iria, o desespero dos familiares ao saberem da notícia.



Dr. Vitor acabou chegando ao foro pouco antes das oito e meia e deteve-se de pronto a examinar um processo complicadíssimo, de vários volumes, de uma destituição de poder familiar, que havia deixado já há uma semana sobre a mesa.



Às nove e meia Solange entrou no gabinete, dando um bom dia protocolar, sem nenhuma emoção. Deixou os processos conclusos e saiu, sem demora.





Na quarta-feira, Dr. Vitor, ao sair de uma audiência guerreada, excitado por ter mediado um ótimo acordo com desenvoltura que impressionou a todos, promotora, defensora, advogados, estava mais falante que o normal. Depois de comentar o caso, provocando elogios de Sueli, sua secretária, que o acompanhara na audiência, pediu: “Hoje eu gostaria de comer um daqueles biscoitos amanteigados que o pessoal do cartório deixou outro dia aqui. Pareciam até com os que minha avó Celina faz!”



Renata e Sueli baixaram os olhos. A primeira deu um passo na direção de Dr. Vitor e disse, voz mansa e arrastada:



“É uma pena, Dr. Aqueles biscoitos eram feitos pela Dona Nina, nossa auxiliar de serviços gerais. Uma criatura adorável. Ela é quem deixava os bilhetinhos e lanchinhos para o senhor, todos os dias. Tinha vergonha de entrar no gabinete do juiz, na sua presença, achava que seria um abuso. Por isso vinha mais cedo que o senhor. Ela teve que passar a chegar mais cedo, para fazer o café para nós, depois daquela circular que o senhor baixou. Aí essa semana, atrasada que estava, perdeu um ônibus, pegava duas conduções, vinha de Alvorada. Pegou o carro seguinte e daí, ao descer, apressada, foi atravessar o corredor de ônibus pela frente, acabou atropelada. Não lhe falamos nada, desculpe.”



Dr. Vitor ficou imóvel, em choque. Lembrou do rosto jovial e dos cabelos brancos que surpreendera na foto. Então era essa pessoa quem lhe desejava todos os dias uma boa jornada e se preocupava com sua alimentação? Que fazia o café fresquinho? Sim, elas responderam. “Ela dizia que um homem tão importante como o senhor não podia comer apenas um sanduíche, que o sr, para tomar suas decisões, tinha que estar bem alimentado, senão ia acabar doente. Dizia que o senhor era um menino muito responsável. Todo mundo achava graça disso.”



Dr. Vitor lembrou que um dia apenas Dona Nina resolvera aparecer. Terminada uma audiência, Renata lhe avisara que, no Cartório, Nina estava com seu netinho de alguns meses no colo, queria mostrá-lo para o chefe, orgulhosa, já que ouvira que ele gostava tanto de crianças. Dr. Vitor disse que já ia, antes tinha que dar um telefonema. Acabou esquecendo.



Ainda era cedo para ir embora, mas nosso juiz estava arrasado. Não se sentia bem, dor de cabeça, alegou, referindo-se à audiência complicada. Chegou ao elevador reservado, estava no oitavo andar. Resolveu ir pela escada.



Ao passar pela guarita de entrada do foro, o guarda que lhe recepcionara no primeiro dia e cujo nome desconhecia o abordou: “Excelência!” Dr. Vitor não conseguiu dizer nada. Apenas abaixou o vidro do carona. O guarda encostou-se na porta da camionete e disse-lhe: “Dr., faz dias que quero lhe avisar, a roda da frente do seu carro está fazendo um som muito estranho. Parece rolamento. Acho bom procurar a oficina.” Dr. Vitor não tinha percebido, porque andava, em qualquer época do ano, com os vidros fechados, ar ligado, som alto. Agradeceu com a cabeça, mas conseguiu ler o nome no crachá: “Antônio.”



“Antônio”. Num sobressalto, parou a camionete ainda no pátio do estacionamento, sacou o celular e ligou para a esposa: “Amor, onde fica mesmo o colégio do Antonio? Estou saindo mais cedo e, pela primeira vez na vida, quero ir buscá-lo”.

terça-feira, 1 de março de 2011

Convescote no Lago - 2014

Ontem fizemos um piquinique na Pedra Redonda, na beira do Lago Guaíba.
Levamos algumas frutas da estação - morangos, ameixas e uvas - , sanduíches e um espumante bem geladinho.
Júlia curtiu banhar-se n'água límpida. Fizemos uma brincadeira que eu e meus irmãos inventamos na Barra do Fão, há uns quarenta anos. Encostamos a superfície da orelha na lâmina d'água, enquanto o outro batia, uma contra outra, duas pedras redondinhas e lisas, provocando um som celestial.
Havia tudo o que um convescote merece: nuvens plúmbeas ameaçadoras ponteando no horizonte, formigas e cães espichando o faro na direção da cesta de acepipes.
"É verdade, pai, que os espíritos preferem águas paradas, como esta?" - Júlia, virando o queixo para o Morro do Osso.
"Não. E, mesmo que fosse, os espíritos indígenas, se estiverem por aqui agora, certamente vieram buscar o mesmo que nós: liberdade e prazer junto à Natureza. Fiquem à vontade, senhores fantasminhas" - respondi.
Pescamos algumas trairinhas à tarde, que foi de sesta à sombra de uma figueira centenária.
À noitinha, voltamos pra casa de bicicleta, na ciclovia cercadinha, dividindo os automóveis dos pedalantes.
Sabadão maravilhoso em Ipanema, nesse escaldante verão de 2014.
Depois que o mundo não terminou em 2012, aproveitamos cada dia de sol ou chuva, agora que o Guaibão está limpo.
Lembrei de um filme que vi há uns três ou quatro anos - "A ORIGEM", em que o Di Caprio tentava esquecer, nos seus sonhos, da esposa morta. Eu, com a minha bem viva, agora realizo meus sonhos mais secretos. Na película, o protagonista contrata uma arquiteta para definir lays outs oníricos. O meu, fui eu mesmo quem criou, nos sonhos que vivi acordado.